quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Realidades diferentes, gastos desproporcionais

A dura e triste realidade de Antônio Pereira e de todos os paraibanos que são obrigados a viver com apenas R$ 70 por mês é completamente diferente dos 15 parlamentares da Paraíba que ocupam cadeiras no Senado e Câmara Federal. Enquanto ele cata lixo nas ruas, deputados e senadores têm carta branca para gastar o que quiserem com divulgação da atividade parlamentar, telefonia, serviços postais, hospedagem, etc.

Com salários vultosos de R$ 26,7 mil por mês os três senadores e 12 deputados federais da Paraíba ainda contam com a “singela ajuda” da verba indenizatória para gastos extras. O deputado federal Wellington Roberto (PR), por exemplo, chegou a gastar quase R$ 70 mil somente no mês de agosto com a cota. Unido ao salário, portanto, o parlamentar lucrou, no oitavo mês do ano, o montante de quase R$ 100 mil.

E os parlamentares não se fazem nem um pouco de rogados na hora de utilizar a verba. De fevereiro de 2011, quando assumiram o novo mandato, até o último mês de outubro, os 15 parlamentares paraibanos (senadores e deputados federais) gastaram mais de R$ 3,2 milhões (R$ 3.217.089 milhões) somente com o cotão. Uma média de mais de R$ 357.454 mil por mês em gastos apenas com a verba indenizatória, além do salário.

Dividindo esse total mensal podemos afirmar que cada parlamentar paraibano lucra, por mês, uma média de R$ 23.830 mil somente com o cotão podendo deixar livre para outras despesas os R$ 26,7 mil de salário que ganham mensalmente.

Significa que em nove meses de atuação cada um dos três senadores e 12 deputados federais paraibanos que ocupam cadeira no Congresso Nacional ‘embolsaram’ uma média de R$ 214.472 mil somente com a verba indenizatória.

Os gastos

Numa matemática simples podemos afirmar que os 15 parlamentares paraibanos que ocupam cadeira no Congresso Nacional ganham, por mês, 33.942% a mais que os 613,7 mil paraibanos que são obrigados a conviver com a extrema pobreza que gera fome, falta de educação, moradia, saúde, segurança e lazer. Uma realidade que não pertence aos deputados federais e senadores que andam de jatinho, mantém os filhos nas melhores escolas e se deliciam com os melhores pratos nos restaurantes mais renomados.

Entre os três senadores o que mais ‘lucrou’ com o cotão foi o agora ex-senador Wilson Santiago (PMDB). Nos nove meses em que o peemedebista permaneceu no Senado Federal ele usou R$ 253.538 mil da verba indenizatória. O mês em que ele mais gastou com o cotão foi junho, R$ 63.266 mil.

Cícero Lucena (PSDB) ‘lucrou’ R$ 195.203 mil com o cotão, de fevereiro a outubro. Já Vital do Rêgo Filho (PMDB) chegou ao montante de R$ 138.427 mil.

Entre os deputados federais Wellington Roberto (PR) foi o que mais aproveitou com o cotão. O parlamentar gastou a quantia de R$ 278.613 mil, de fevereiro a outubro. O segundo que mais gastou foi Manoel Júnior (PMDB) que alcançou o montante de R$ 274.097 mil no mesmo período. E o terceiro colocado foi Efraim Morais (DEM) com a quantia de R$ 262.975 mil em gastos com o cotão.

Por ordem alfabética os gastos dos deputados federais com a verba indenizatória, de fevereiro a outubro, ficaram assim:

Aguinaldo Ribeiro (PP) - R$ 114.537 mil

Benjamim Maranhão (PMDB) - R$ 189.824 mil

Damião Feliciano (PDT) - R$ 201.754 mil

Efraim Morais (DEM) – R$ 262.975 mil

Hugo Motta (PMDB) – R$ 249.365 mil

Luiz Couto (PT) – R$ 207.708 mil

Manoel Júnior (PMDB) – R$ 274.097 mil

Nilda Gondim (PMDB) – R$ 191.550 mil

Romero Rodrigues (PSDB) – R$ 219.200 mil

Ruy Carneiro (PSDB) – R$ 248.948 mil

Wellington Roberto (PR) – R$ 278.613 mil

Wilson Filho (PMDB) – R$ 191.350 mil

O cotão

A cota para exercício da atividade parlamentar é uma verba destinada pela Câmara e Senado para reembolsar os deputados por gastos decorrentes de seu trabalho. Inclui 12 categorias de gastos, de telefonia e alimentação a aluguel de carros e divulgação.

Nice Almeida

PolíticaPB

Nenhum comentário:

Postar um comentário