quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Estrutura precária em presídio da PB é por causa de rebelião, diz diretor

Em entrevista, major Sérgio Fonseca diz que detentos possuem roupas.
Direção falou após divulgação de fotos que mostram más condições.

Do G1 PB, com TV Cabo Branco
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Após o Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB) divulgar imagens de más condições estruturais no Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, em João Pessoa, o diretor da unidade prisional, major Sérgio Fonseca comentou as fotos. Em entrevista à TV Cabo Branco, o major disse que “a infraestrutura do presídio é uma das melhores do sistema penal paraibano”, porém ficou prejudicada depois que os detentos destruiram áreas internas do complexo em uma rebelião, em maio. “Eles fizeram uma grande rebelião e danificaram todo o presídio”, disse.
O documento do CEDH relata reclamações dos detentos como sujeira, excesso de presos em uma só cela, falta de roupas e até de água potável. Imagens divulgadas no relatório mostram detentos que seriam de uma cela de disciplina nus e deitados no chão, por supostamente não terem lugar apropriado para dormir. Para registrar as imagens dentro da cela, uma conselheira entregou uma máquina fotográfica para um dos presos, o que gerou uma confusão no momento da visita, na terça-feira (28).
Celas do complexo foram destruídas por presos em maio (Foto: Divulgação/Seap)Celas do complexo foram destruídas por presos
em maio, durante rebelião (Foto: Divulgação/Seap)
Sobre o excesso de detentos, o diretor do PB1 explicou que os presos haviam sido relocados para aquela área devido a um túnel encontrado na unidade prisional no último dia 25. “Eles tinham saído do pavilhão para que esse túnel fosse fechado”, justificou o major Sérgio.

Ele ainda disse que, depois da rebelião do dia 29 de maio, todos os presos receberam duas camisetas e dois shorts brancos, por determinação da Secretaria de Administração Penitenciária com o objetivo de padronizar o presídio. O major ainda garantiu que todos têm essa roupa e que, após a descoberta do túnel, foram relocados utilizando esses trajes. “Agora, se no momento em que eles perceberam a presença dos conselheiros eles tiraram as roupas, aí é uma outra situação”, insinuou.
Preso registrou imagem de outros detendos deitados nus na cela (Foto: Divulgação/CEDH-PB)Imagens divulgadas por conselho mostram más
condições (Foto: Divulgação/CEDH-PB)
Entenda o caso
Na noite da terça-feira (28), uma integrante do Conselho Estadual de Direitos Humanos foi flagrada entregando uma máquina fotográfica a presos do PB1. O diretor do presídio, o major Sérgio Fonseca, explicou que policiais militares presenciaram a entrega e a devolução da câmera. Segundo ele, há uma legislação específica para a proibição da entrada de celulares em unidades prisionais, mas que máquinas fotográficas também não são permitidas.

Com a constatação da entrega, o grupo de conselheiros foi detido no presídio pelos agentes penitenciários e policiais militares. Após a chegada do promotor Marinho Mendes, os conselheiros seguiram do PB1 para a 9ª Delegacia Distrital, onde registraram um boletim de ocorrência, prestando queixa contra os policiais militares que os mantiveram detidos.
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