sábado, 2 de março de 2013

Léo Barbosa
Léo Barbosa28 de fevereiro de 2013 14:14
CARTA ABERTA PARA O SERROTÃO.

Ontem mexendo numa papelada encontrei minha portaria de designação para o Serrotão, e percebi que no começo de abril completará 3 anos que me apresentei na unidade do Serrotão, sem contar que no fim de janeiro completei 4 anos de SISPEN-PB. Nunca pensei que numa altura desta da minha carreira iria passar por uma situação constrangedora desta que estou passando, ser “devolvido”, junto com outros companheiros, sem receber nenhuma explicação ou motivação plausível, mas isso poderia ser até de se esperar, pois já é uma atitude reinteirada da atual direção do Serrotão, porém o que me deixou mais triste, e agora deprimido, foi uma ordem verbal que proibia de executar minha função pública, como se estivesse trabalhando de favor para o presídio, ou até mesmo de entrar no presídio, coisa que não é negada nem para os cachorros de rua. Quando entrei há 4 anos vi cenas iguais a que estou passando, mas acreditava que como um tempo quando os ASPs assumissem as direções tudo isso iria acabar, e ainda não foi isso que aconteceu, restando só a esperança.

Como já relatei, até hoje não recebi nenhuma explicação para minha remoção, a qual acredito ser arbitrária, porém boatos chegam até mim sobre as supostas alegações para minha remoção, que esta até o momento não se confirmou. A alegação que mais me preocupou foi que companheiros de plantão, até mesmo, o coordenador teriam pedido a minha cabeça, e a dos demais companheiro que também foram removidos, mas fiquei tranquilo sobre isso, pois, além do carinho e apoio que recebi de todos eles, foi feito uma abaixo assinado, promovido pela ASPEN, onde não só os ASPs do meu plantão, e sim de todos, estão assinando em massa conta a injusta atitude da direção do Serrotão. Quanto ao coordenado, ele afirmou que nunca citou meu nome sobre tal assunto. A outra alegação é a que eu descumpri uma ordem judicial, a qual nem fui convocado para executar, de um casamento de apenados. Se isso fosse verdade hoje, eu, ou estaria preso ou sofrendo um processo judicial ou, no mínimo, um sindicância. E convoco, a quem for de direito, apurar este fato.

Quem já trabalhou comigo, e olhe que não foram poucos, pois já são 4 anos e 3 presídios grandes (Padrão de Santa Rita, PB1 e Serrotão), sabe que sou tranquilo e passo longe de ser operacional (apesar que hoje vejo que poucos realmente são) mas não deixo de fazer meu trabalho e sou respeitado como ASP por todos, pois conheço e respeito os direitos dos companheiros, sem ter a pretensão de agradar a todos, mas felizmente, acredito, que conquistei a maioria. Talvez meu defeito seja ser crítico, e não deixar de me expressar pelo que acredito que está errado, porém também sei elogiar o que está certo. Contudo não considero a crítica um defeito de ninguém, nem uma qualidade, e sim uma necessidade para democracia e melhora da humanidade. E por muitas vezes me pergunto se foi errado essa edução crítica e política (e não politicagem) que meus pais me deram, pois todo dia vejo que os complacentes e colaboradores da injustiça se saírem bem melhor. Mas que seja! É assim mesmo, sendo “chato” com as coisa que vejo de errado e injusto que sou feliz! Então lembro do ensinamento de Aristóteles: a felicidade não consiste nos prazeres, riquezas ou horarias e sim numa vida virtuosa, na ação política.

Agradeço à todas as manifestações de carinho e apoio dos companheiros, antigos, atuais e até dos que mal me conhece. Agradeço também a ASPEN, em especial Cristovão Ribeiro que está nos dando um apoio especial. Obrigado a todos!

Léo Alves Barbosa

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